Resenha: Se a Rua Beale Falasse (Livro)
Livro: Se a Rua Beale Falasse
Autor: James Baldwin
Tradutor: Jorio Dauster
Editora: Companhia das Letras
Ano da 1ª publicação: 1974
Término da Leitura: 24/01/2019
Avaliação: 🌟🌟🌟🌟🌟 e Favoritado
RESUMO
Tish e Fonny são amigos desde crianças, crescendo no mesmo bairro em Nova York, começam a namorar no fim da adolescência/início da vida adulta. Acabam se vendo separados e tendo o futuro incerto depois que Fonny é preso injustamente, acusado de estuprar um porto-riquenha (sendo que na hora do ocorrido ele estava junto de Tish e seu amigo Daniel). Então se inicia a luta desesperada da família de Tish (que está grávida) por justiça para que Fonny seja solto.
OPINIÃO E RECOMENDAÇÕES
Esse foi meu primeiro contato com a escrita do autor, e já quero ler tudo que ele escreveu. De forma brilhante, ele descreve as cenas com força mas também com delicadeza, desde a forma como os personagens estão na cozinha bebendo até as cenas de sexo.
Retrata o cotidiano negro de forma muito realista, e levanta discussões extremamente necessárias, como os esteriótipos relacionados a cor da pele (como a hiper sexualização), o colorismo e branquitude (e como isso influência em como as pessoas são vistas).
Temos um ótimo retrato da perseguição que a polícia branca exerce sobre os negros, retrato esse que foi feito em 1974 mas ainda é um tema atual (como no caso do garoto negro no RJ que recentemente foi preso acusado de assassinado e que a própria família teve que correr atrás dos vídeos que provaram que eles estava em outro lugar no momento do crime). Diretamente relacionado a isso temos a crítica ao sistema carcerário, que é majoritariamente formado por negros, e que para muitos pode ser comparado aos navios negreiros que traziam os escravos para a America (Kendrick Lamar fez uma grande apresentação sobre isso do Grammy de 2016).
Outro grande destaque do livro é a forma como as mulheres são o centro de todas as ações, são as efetivas protagonistas, seja Tish que sempre deve visitar o Ronny na prisão para mantê-lo com a mente sã, ou Ernestine que deve manter a família concentrada, Sharon que tem um papel importantíssimo em um determinado momento da história, ou até mesmo as irmãs de Fonny, que são bons contrapontos a Tish e Ernestine.
Livro lindíssimo, favoritado e já considero um dos melhores do ano.
Esse foi meu primeiro contato com a escrita do autor, e já quero ler tudo que ele escreveu. De forma brilhante, ele descreve as cenas com força mas também com delicadeza, desde a forma como os personagens estão na cozinha bebendo até as cenas de sexo.
Retrata o cotidiano negro de forma muito realista, e levanta discussões extremamente necessárias, como os esteriótipos relacionados a cor da pele (como a hiper sexualização), o colorismo e branquitude (e como isso influência em como as pessoas são vistas).
Temos um ótimo retrato da perseguição que a polícia branca exerce sobre os negros, retrato esse que foi feito em 1974 mas ainda é um tema atual (como no caso do garoto negro no RJ que recentemente foi preso acusado de assassinado e que a própria família teve que correr atrás dos vídeos que provaram que eles estava em outro lugar no momento do crime). Diretamente relacionado a isso temos a crítica ao sistema carcerário, que é majoritariamente formado por negros, e que para muitos pode ser comparado aos navios negreiros que traziam os escravos para a America (Kendrick Lamar fez uma grande apresentação sobre isso do Grammy de 2016).
Outro grande destaque do livro é a forma como as mulheres são o centro de todas as ações, são as efetivas protagonistas, seja Tish que sempre deve visitar o Ronny na prisão para mantê-lo com a mente sã, ou Ernestine que deve manter a família concentrada, Sharon que tem um papel importantíssimo em um determinado momento da história, ou até mesmo as irmãs de Fonny, que são bons contrapontos a Tish e Ernestine.
Livro lindíssimo, favoritado e já considero um dos melhores do ano.



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